Pai


Achava eu que as coisas não podiam piorar,
Até que, vinda do nada, cai a noticia,
Fiquei estática,
Tentei ser forte,
O desgosto apoderou-se do meu peito,
Saí para apanhar algum ar fresco,
Olhei o horizonte e apercebi-me de que aquilo era verdade,
O desgosto desapareceu então dando lugar a um sentimento de tristeza,
Os meus olhos encheram-se de lágrimas e sozinha, no escuro da noite, chorei,
Chorei como nunca tinha chorado por ti,
Toda a minha vida estiveste distante,
Já lá vai o tempo em que esperava que me ligasses no meu aniversário,
Pensei que para mim já não significasses nada,
Mas estava errada!
Quando soube que te poderia perder,
Recordações que pensava não existirem invadiram a minha mente,
Queria poder fazer algo mas estou tão longe,
Quando falei contigo ao telefone,
Disseste que me amavas,
Parecia que te estavas a despedir,
Se me amas, por favor, não te tires de mim.
Sei que és mais forte que tudo isso,
Se não o fizeres por ti, fá-lo por mim,
Além disso, prometeste que voltavas,
Vou ficar à espera,
Nem que seja para sempre.
Recordando na adolescencia


Tu poderias ter sido simplesmente a número um, para mim,
Se me desses tempo para te demonstrar tudo o que sou,
Mas a tua cabeça não parava,
O teu coração pouco estagnava,
Copo de água agitado,
Agitado pelas tuas trémulas mãos de ansiedade.
Se pudéssemos, ou se calhar se tivéssemos, a capacidade de calcular, a percentagem a que o nosso mundo roda em torno do sol, a lua em torno da nossa Terra, cada planeta em torno do universo, o universo em torno do todo celestial envolvente, se pudéssemos saber, ou descobrir onde acaba o universo,
Descobriríamos que a tua cabeça andaria a anos-luz à frente de todas estas ciências.
Sonhos, sonhos e mais sonhos!
E a realidade ficava sempre para trás.
Sonhos….
Sonhos, sonhos e mais sonhos,
E eu ficava sempre para trás,
Até mesmo quando caminhávamos de mãos dadas na rua,
Era sempre eu que caminhava mais atrás.
Tu poderias ter sido a primeira e ultima mulher da minha vida,
Poderias comigo ter governado o mundo inteiro,
Mas sempre sopraste contra a brisa que eu adorava sentir bater na minha pele,
No meu rosto triste de verdade,
Quantas foram as vezes em que te disse para não sonhares? Porque os sonhos destroem as nossas realidades,
Quantas foras vezes em que peguei nas tuas doces e suaves mãos e te pedi para seres objectiva, realista e nada egoísta?
Mas sempre,
Sempre pensaste que eu é era o imaturo, insensato, a criança,
Mesmo só tu me conhecendo,
Só tu me arrancavas toda a minha autenticidade sem mesmo te aperceberes disso,
Porém a ambição de seres Mulher quando ainda mal adolesceste eras,
Partiu completamente toda a tua vida ao meio,
O sonho permanecia na tua cabeça…
Eu tentava didacticamente, levar-te à razão,
Demonstrar-te que tudo o que chamamos de sonho é ilusão,
Teimosa…
Teimosia teimosa de teimar quando não se tem a certeza de se estar certo…
Quase dois anos a correr contra a minha amada brisa fria,
Deixar de a saborear sob o meu corpo quente,
Só para reconstruir, ou pelo menos tentar reconstruir tudo o que tinhas perdido mesmo antes de te conhecer,
Mas era mais difícil entender-te falando contigo do que quando lia os teus olhos sem saberes como o fazia.
Foram muitos os dias em que sonhámos e que tornámos esses celebres sonhos nos mais preciosos objectivos que tínhamos para as nossas vidas.
Hoje penso se tudo isso foi em vão…
Ou se tem lógica ou razão, para o futuro que nos reserva.
Nisso nem adianta pensar porque nem mesmo os deuses sabem o que é que o futuro nos reserva.
Tanto eu como tu credenciamos o nosso passado junto e só isso mesmo importa….
Aprendemos…
Cocaína


Shiuuu…
Escuta…
Consegues ouvir?
É alguém que chama o teu nome,
Sabes quem é?
É a tua mãe!
Queres abraçá-la, beijá-la?
Não podes!
Sabes porque?
Porque estas em coma, AH AH
Vês todos aqueles que tem vindo visitar-te na esperança de que acordes?
São muitos não são?
Eles amam-te, sempre te amaram,
E o que lhes deste em troca?
A tristeza de te verem neste estado do qual ainda vou pensar se sairás vivo ou morto.
Achavas-te inalcançável?
Pensavas que só acontecia com os outros?
Que experimentavas uma vez e acabou?
Não foi bem assim pois não?
Aquela noite,
Dois dias depois,
No dia a seguir,
Pensavas ter tudo sob controlo,
E olha só onde estas agora.
Em mim encontraste auto-confiança, euforia e energia.
Valeu a pena?
Não creio.
Agora, ai deitado, impotente,
Agora vês o que estas prestes a perder,
Tinhas tanto e não deste valor,
O que vou fazer eu contigo?
Deixo-te ir e dou-te uma segunda oportunidade?
Serás tu capaz de resistir-me?
Ou acabo contigo aqui e agora e poupo aqueles que te amam de voltarem a passar por isto?
Está bem, eu dou-te uma segunda oportunidade,
Não é por ti acredita.
Da próxima vez não terás tanta sorte.
Acorda!
Ah e vais notar algumas diferenças no teu ser,
Uma perfuração no septo nasal,
O facto da tua memória já não ser o que era,
Algumas dores toráxicas,
Cefaleias,
E mais algumas,
Não te preocupes,
Talvez recuperes,
Ou talvez não.
Quem sou eu?
Pertenço à família das drogas,
O meu nome é Cocaína!
Caminhada de pensamentos

Enquanto tu, celebre amiga quase desconhecida,
Me ouves,
Tentas-me entender,
Já eu estou permanentemente vagueando noutros pensamentos,
A minha viagem pelo deserto continua,
Caminhada dura, traumatizada, infértil…
Eu não paro, não paro de pensar, de sentir, imaginar, lutar pela realização de cada objectivo meu …
O caminho ainda é longo,
E a próxima paragens ainda ninguém sabe onde fica,
Nem mesmo eu sei onde fico, para onde vou, ou até mesmo onde permaneço
Mesmo quando me deito na minha própria cama…
São muitos e bruscos os bocados de papel escritos a caneta preta que continuam por rasgar,
Ou apagar, ou queimar na minha saudável mente de um ser ninguém como tu dizes e muito bem,
São extraordinariamente robustas, vigorosas, incansáveis as manhas em que acordo e, mesmo eu estando ainda bem reconfortado pelo calor arrecadado nos cobertores do meu corpo,
Já me sinto numa durável caminhada emocional,
Tu, celebre amiga quase desconhecida,
Até me podes ouvir, até te podes debruçar sobre a minha entidade oculta para muitos olhares alheios, podes tentar compreender toda a drástica, ou fantástica vida que arrecado no bolso mais profundo do meu coração,
Porém, será rigorosamente difícil de decifrar tudo o que me vai na alma, ou no peito.
Eu estou constantemente, amarrado a novos turbilhões emocionais,
Estou constantemente a viajar sob um mundo só meu,
Tão privativo, tão arguido de mim próprio que dificilmente alguém que irá escutar da maneira mais correcta,
O autocarro, onde me sento sempre no ultimo banco encontra-se sempre vazio,
Só para me levar exclusivamente onde quero, quando quero,
Sou um bocado de tecido vivo com inteligência artificial,
Pois no mundo por onde flutuo não é o meu,
As pessoas que me rodeiam e se riem de mim, não são de todo, as pessoas que desejei acompanhar na vida,
E por onde eu passeio, nunca ninguém passeará.
Eu oiço-te

Vagueando por ai sem saber o que os fados lhe reservam,
Para ele está tudo errado mas a sua força é em vão,
Ninguém compreende o que sente o seu coração,
A forma única como pensa é criticada pela sua idade ou factos passados,
Mas tudo o que diz é real, e aqueles que criticam são os fracos que temem que essa voz vinda de um ninguém abale os seus alicerces e então preferem cala-la.
Digo-vos eu, apesar de eu ser mais um ninguém, que essa não é solução,
Se criticam a actualidade porque temem a mudança, porque calam aqueles que tem um olhar diferente mas por vezes o mais puro sobre tudo?
Vivemos sob uma condição humana que de humana não tem nada, cada um pensa ser livre mas não se apercebem que pouco a pouco caminham para a escravidão legal.
A única escapatória é a união e a aceitação do outro e de si próprio,
Mas tal coisa está longe de acontecer enquanto preferirem calar as vozes puras e verdadeiras,
Façam a vossa parte assim como eu vou fazer a minha,
EU OIÇO-TE, EU COMPREENDO-TE,
AMIGO,
EU ESTOU CONTIGO.
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