Quem sou eu?



Mero sujeito mortal…
Vivendo no meio do mesmo quotidiano habitual,
Olhando para o céu,
Procurando entre as nuvens um sinal.
Mas afinal quem sou eu?
Se nem eu próprio o sei,
Apenas relembro os dias em que naveguei,
Quase me afoguei,
Entre os mares salgados de tristeza.
Vivo todos os dias com o pensamento de que poderia ter sido anjo,
Poderia ter sido a salvação,
Agora sou uma pessoa em constante aberração,
Sou cego, ou tenho medo de ver,
Ver no futuro alguém voltar a falecer,
Eu não sou nada,
Ninguém…
Sou um pedaço de carne meio vivo, meio morto
Andando aos trambolhões pelo meio das ruas.
Sou o frio, no meio das mais intensas chamas de fogo,
Eu não ardo, não sangro, não nada…
Eu simplesmente não vivo…
Tu foste…
E eu parti contigo,
Deixei de ser um ser humano,
Um ser terrestre,
Sou vulto,
Vivo todos os dias no oculto da felicidade,
Sorrir, faz parte de mim, não da minha felicidade.
Eu choro…
Ninguém nota,
Ninguém se preocupa, só tu…
Sempre que preciso, sempre que desejo companhia,
Basta fechar os olhos e logo te encontro.
Afinal o que faço aqui?
Se a minha razão de viver emigrou,
Viajou,
Num belo passeio infinito,
Onde tudo o que é observado é divinal.
Quem sou eu?
Serei homem?
Serei a maior monstruosidade e por isso não merecerei a felicidade?
Eu sou quem sou,
Faço o que faço,
Mereço o que tiver de merecer,
E se calhar é por isso que não sou nada,
Que não mereço nada.
Algo está errado dentro ou fora de mim,
Encontrar é uma constante batalha,
Mas simplesmente existem batalhas que não poderão ser guerrilhadas a sós.
Quem sou eu, sem a companhia do teu incondicional escudo sempre pronto a defender-me?
Eu sou…
José Luís Lopes Conceição

Poeta-sem-valor
3 Responses
  1. Tu és aquilo que mais ninguém alguma vez poderá ser :D


  2. Mimuh Says:

    Tu és. . . . ANJO!


  3. Anónimo Says:

    Gostei de aqui aportar e voltarei!
    Força poeta!


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    De onde nos estão a ver!