Pura Vida, contínua de altos e baixos,
Uns caminhos rectos, outros entrelaçados de complicações,
Eu não te vejo mas sei que me olhas,
Tu não me tocas mas eu sinto-te,
Tu não estás mas eu sinto o teu cheiro,
Tu não falas mas eu oiço-te,
E a cada instante eu penso em ti.
Os momentos que passamos os dois,
trocas de suor e caricias.
É como se sentisse as tuas mãos a percorrer todo o meu corpo,
despindo-me a alma e fazendo com que mais nada exista,
Só eu e tu,
num espaço vazio,
sem chão,
sem tecto,
Só nós.
E ali fico horas a fio entre Beijos,
Abraços,
Caricias,
Desejo,
Prazer.
Até que abro os olhos e tudo se dispersa como pó ao vento,
E tu não estás.
Depois de o mundo quase ter acabado percorri a minha vida sob vales e montanhas carregando sempre no meu peito a fé depositada em mim por Deus, sei que é estranho, mas na verdade, desta vez e inicialmente não fui eu que tive fé no nosso todo e poderoso, mas sim o invés. Atravessei rasgados obstáculos imundos de podridão, teimei ter a força que nunca antes da guerra nuclear encontrara. A luz do meu caminho era a única bíblia existente à face da Terra e o meu desejo de conquistar o que pelo meu Deus foi pedido. Ainda me consigo lembrar de cada palavra por ele citada enquanto atenciosamente escutava de olhos fechados aquela voz doce e calma que me fez acreditar em mim próprio.
Creio que muitos poderão pensar que simplesmente sou maluco, ou que o estado caótico em tudo o que a guerra deixou me fez alucinar.
Não é verdade, e eu, acredito em Deus!
Lutarei contra tudo e todos sempre caminhando para oeste como me fora podido
E só quando o meu coração der sinal de que estou no sítio exacto para deixar a palavra do Senhor pararei e invocarei novamente o seu nome para bem alto, onde ele merece estar perante todos nós.
Caminho pelas estradas desertas, onde reina a poeira e corpos mortos há já cerca de 30 anos.
O destino…
Incerto…
Irei para onde a grito me levar.
Se eu fui o escolhido é porque sou eu o único Homem que conseguirei entregar o que foi perdido, esquecido.
A fé em Deus, A Bíblia…
Todos os dias dos meus últimos trinta anos antes de me deitar no meio do nada,
Antes de me esconder dos males da escuridão nocturna, leio este sagrado livro…
Existem pessoas que misteriosamente e a todo o custo desejando o que a mim foi entregue
Pelo Santíssimo Espírito Santo.
Sei que terei de matar, mas Deus irá sempre perdoar-me porque foi por ele, pelo seu pedido, pela reconquista do verdadeiro ser humano e, acima de tudo, pelo bem Mundial.
Depois de tanto vaguear pelo “nada global” encontrei uma pequena cidade. Rapidamente apercebi-me que não era a cidade certa, voltei as costas a todos aqueles malfeitores que rapidamente me tentaram alvejar assim que se aperceberam que eu era o “Homem da palavra”. Desta vez, eram demasiados para que eu sozinho conseguisse derruba-los. Considero-me inteligente e por sê-lo consegui aniquilar uns poucos, os outros…
Esses sentiram-se demasiado inferiores a mim para me olharem nos olhos.
No meio de toda aquela cidade sebenta, nojenta, encontrei alguém que queria saber o que é a verdadeira fé.
Porém não a podia trazer comigo, seria demasiado perigoso porque afinal eu sou procurado pelo resto dos restos do Mundo.
Sem que eu me apercebesse ela perseguiu-me.
Hoje sei que sem ela não conseguiria atingir o meu objectivo, o meu sonho, a minha vida.
A minha força junta da dela, tornaram-se numa única pessoa só,
E, eu já meio morto, pelo tiro que tinha levado, pelo desgosto de ter perdido a Bíblia para as mãos erradas para mentes rancorosas não conseguiria sem a minha companheira, a única pessoa que acreditava no que estava a fazer.
Foi ela que me transportou até ao local que tanto ansiava.
Lá receberam-me de braços abertos e quando disse que tinha a Bíblia ficaram radiantes.
Na verdade o livro que todos queriam não estava comigo, estava em mim.
Deitei-me envolto de um lençol branco sabendo que iria morrer,
Pedi para que o homem que coordenava aquela aldeia se sentasse junto de mim com uma caneta e bastantes resmas de papel.
E dei-lhe a Bíblia…
Palavra a palavra, frase por frase sem me esquecer de um único ponto final.
Foram dias seguidos, quase já sem conseguir falar.
Mas consegui,
Terminei o que tinha começado e jurado acabar.
Ámen, «ponto final»
Agora vou descansado, morto, já eu estava há mais de trinta anos, é tempo de repousar até porque mereço.
O livro por mim perdido não me deixa preocupado, depois de todo este tempo já ninguém se lembra de o que é ler Braille e quem se poderá relembrar certamente que sabe o quão é importante o que mais ninguém lê se não os cegos.
Parto em Paz, pela paz que lutei para devolve-la à Terra.
Texto baseado no filme "BOOK OF ELI"
Corro descalço sobre as ruas fora, pelo mundo dentro,
Procurando insaciavelmente por ti,
Ser ainda desconhecido…
Por onde ir?
É apenas uma questão entrelaçada sob muitas outras!
São em demasia as ruas para eu percorrer,
Em demasia as pessoas que eu tenho de ver,
Procuro e procuro sem saber o que hei-de diligenciar em concreto,
A ânsia de quer ter,
Achar o que ainda até hoje não fui capaz, continua esbarrada contra o meu peito.
Espreito novamente mas mais uma vez está difícil de encontrar.
Enquanto isso as ruas são cada vez mais longas e os meus pés já não são pele e músculos,
Já não são quentes,
São carne viva e fria, são sangue!
Desistir é palavra proibida, mas o melhor é abrandar,
Pois como, tudo o tempo leva também o tempo tudo traz.
Às vezes o problema é pensar drasticamente com o coração e não utilizar a nossa fértil mente,
Poderosa mente adormecida.
Aproveito o meu estado caótico e deixo crescer um rebento de filosofia, minúscula psicologia,
Quem tudo quer tudo perde.
Por isso mesmo vou parar de correr,
Visto umas meias, calço uns ténis e procuro mansamente o que ambiciono,
PAZ ESPIRITUAL…
Achava eu que as coisas não podiam piorar,
Até que, vinda do nada, cai a noticia,
Fiquei estática,
Tentei ser forte,
O desgosto apoderou-se do meu peito,
Saí para apanhar algum ar fresco,
Olhei o horizonte e apercebi-me de que aquilo era verdade,
O desgosto desapareceu então dando lugar a um sentimento de tristeza,
Os meus olhos encheram-se de lágrimas e sozinha, no escuro da noite, chorei,
Chorei como nunca tinha chorado por ti,
Toda a minha vida estiveste distante,
Já lá vai o tempo em que esperava que me ligasses no meu aniversário,
Pensei que para mim já não significasses nada,
Mas estava errada!
Quando soube que te poderia perder,
Recordações que pensava não existirem invadiram a minha mente,
Queria poder fazer algo mas estou tão longe,
Quando falei contigo ao telefone,
Disseste que me amavas,
Parecia que te estavas a despedir,
Se me amas, por favor, não te tires de mim.
Sei que és mais forte que tudo isso,
Se não o fizeres por ti, fá-lo por mim,
Além disso, prometeste que voltavas,
Vou ficar à espera,
Nem que seja para sempre.
Tu poderias ter sido simplesmente a número um, para mim,
Se me desses tempo para te demonstrar tudo o que sou,
Mas a tua cabeça não parava,
O teu coração pouco estagnava,
Copo de água agitado,
Agitado pelas tuas trémulas mãos de ansiedade.
Se pudéssemos, ou se calhar se tivéssemos, a capacidade de calcular, a percentagem a que o nosso mundo roda em torno do sol, a lua em torno da nossa Terra, cada planeta em torno do universo, o universo em torno do todo celestial envolvente, se pudéssemos saber, ou descobrir onde acaba o universo,
Descobriríamos que a tua cabeça andaria a anos-luz à frente de todas estas ciências.
Sonhos, sonhos e mais sonhos!
E a realidade ficava sempre para trás.
Sonhos….
Sonhos, sonhos e mais sonhos,
E eu ficava sempre para trás,
Até mesmo quando caminhávamos de mãos dadas na rua,
Era sempre eu que caminhava mais atrás.
Tu poderias ter sido a primeira e ultima mulher da minha vida,
Poderias comigo ter governado o mundo inteiro,
Mas sempre sopraste contra a brisa que eu adorava sentir bater na minha pele,
No meu rosto triste de verdade,
Quantas foram as vezes em que te disse para não sonhares? Porque os sonhos destroem as nossas realidades,
Quantas foras vezes em que peguei nas tuas doces e suaves mãos e te pedi para seres objectiva, realista e nada egoísta?
Mas sempre,
Sempre pensaste que eu é era o imaturo, insensato, a criança,
Mesmo só tu me conhecendo,
Só tu me arrancavas toda a minha autenticidade sem mesmo te aperceberes disso,
Porém a ambição de seres Mulher quando ainda mal adolesceste eras,
Partiu completamente toda a tua vida ao meio,
O sonho permanecia na tua cabeça…
Eu tentava didacticamente, levar-te à razão,
Demonstrar-te que tudo o que chamamos de sonho é ilusão,
Teimosa…
Teimosia teimosa de teimar quando não se tem a certeza de se estar certo…
Quase dois anos a correr contra a minha amada brisa fria,
Deixar de a saborear sob o meu corpo quente,
Só para reconstruir, ou pelo menos tentar reconstruir tudo o que tinhas perdido mesmo antes de te conhecer,
Mas era mais difícil entender-te falando contigo do que quando lia os teus olhos sem saberes como o fazia.
Foram muitos os dias em que sonhámos e que tornámos esses celebres sonhos nos mais preciosos objectivos que tínhamos para as nossas vidas.
Hoje penso se tudo isso foi em vão…
Ou se tem lógica ou razão, para o futuro que nos reserva.
Nisso nem adianta pensar porque nem mesmo os deuses sabem o que é que o futuro nos reserva.
Tanto eu como tu credenciamos o nosso passado junto e só isso mesmo importa….
Aprendemos…
Shiuuu…
Escuta…
Consegues ouvir?
É alguém que chama o teu nome,
Sabes quem é?
É a tua mãe!
Queres abraçá-la, beijá-la?
Não podes!
Sabes porque?
Porque estas em coma, AH AH
Vês todos aqueles que tem vindo visitar-te na esperança de que acordes?
São muitos não são?
Eles amam-te, sempre te amaram,
E o que lhes deste em troca?
A tristeza de te verem neste estado do qual ainda vou pensar se sairás vivo ou morto.
Achavas-te inalcançável?
Pensavas que só acontecia com os outros?
Que experimentavas uma vez e acabou?
Não foi bem assim pois não?
Aquela noite,
Dois dias depois,
No dia a seguir,
Pensavas ter tudo sob controlo,
E olha só onde estas agora.
Em mim encontraste auto-confiança, euforia e energia.
Valeu a pena?
Não creio.
Agora, ai deitado, impotente,
Agora vês o que estas prestes a perder,
Tinhas tanto e não deste valor,
O que vou fazer eu contigo?
Deixo-te ir e dou-te uma segunda oportunidade?
Serás tu capaz de resistir-me?
Ou acabo contigo aqui e agora e poupo aqueles que te amam de voltarem a passar por isto?
Está bem, eu dou-te uma segunda oportunidade,
Não é por ti acredita.
Da próxima vez não terás tanta sorte.
Acorda!
Ah e vais notar algumas diferenças no teu ser,
Uma perfuração no septo nasal,
O facto da tua memória já não ser o que era,
Algumas dores toráxicas,
Cefaleias,
E mais algumas,
Não te preocupes,
Talvez recuperes,
Ou talvez não.
Quem sou eu?
Pertenço à família das drogas,
O meu nome é Cocaína!
Enquanto tu, celebre amiga quase desconhecida,
Me ouves,
Tentas-me entender,
Já eu estou permanentemente vagueando noutros pensamentos,
A minha viagem pelo deserto continua,
Caminhada dura, traumatizada, infértil…
Eu não paro, não paro de pensar, de sentir, imaginar, lutar pela realização de cada objectivo meu …
O caminho ainda é longo,
E a próxima paragens ainda ninguém sabe onde fica,
Nem mesmo eu sei onde fico, para onde vou, ou até mesmo onde permaneço
Mesmo quando me deito na minha própria cama…
São muitos e bruscos os bocados de papel escritos a caneta preta que continuam por rasgar,
Ou apagar, ou queimar na minha saudável mente de um ser ninguém como tu dizes e muito bem,
São extraordinariamente robustas, vigorosas, incansáveis as manhas em que acordo e, mesmo eu estando ainda bem reconfortado pelo calor arrecadado nos cobertores do meu corpo,
Já me sinto numa durável caminhada emocional,
Tu, celebre amiga quase desconhecida,
Até me podes ouvir, até te podes debruçar sobre a minha entidade oculta para muitos olhares alheios, podes tentar compreender toda a drástica, ou fantástica vida que arrecado no bolso mais profundo do meu coração,
Porém, será rigorosamente difícil de decifrar tudo o que me vai na alma, ou no peito.
Eu estou constantemente, amarrado a novos turbilhões emocionais,
Estou constantemente a viajar sob um mundo só meu,
Tão privativo, tão arguido de mim próprio que dificilmente alguém que irá escutar da maneira mais correcta,
O autocarro, onde me sento sempre no ultimo banco encontra-se sempre vazio,
Só para me levar exclusivamente onde quero, quando quero,
Sou um bocado de tecido vivo com inteligência artificial,
Pois no mundo por onde flutuo não é o meu,
As pessoas que me rodeiam e se riem de mim, não são de todo, as pessoas que desejei acompanhar na vida,
E por onde eu passeio, nunca ninguém passeará.
Vagueando por ai sem saber o que os fados lhe reservam,
Para ele está tudo errado mas a sua força é em vão,
Ninguém compreende o que sente o seu coração,
A forma única como pensa é criticada pela sua idade ou factos passados,
Mas tudo o que diz é real, e aqueles que criticam são os fracos que temem que essa voz vinda de um ninguém abale os seus alicerces e então preferem cala-la.
Digo-vos eu, apesar de eu ser mais um ninguém, que essa não é solução,
Se criticam a actualidade porque temem a mudança, porque calam aqueles que tem um olhar diferente mas por vezes o mais puro sobre tudo?
Vivemos sob uma condição humana que de humana não tem nada, cada um pensa ser livre mas não se apercebem que pouco a pouco caminham para a escravidão legal.
A única escapatória é a união e a aceitação do outro e de si próprio,
Mas tal coisa está longe de acontecer enquanto preferirem calar as vozes puras e verdadeiras,
Façam a vossa parte assim como eu vou fazer a minha,
EU OIÇO-TE, EU COMPREENDO-TE,
AMIGO,
EU ESTOU CONTIGO.
Beleza,
Estética beleza visual,
Nada mais importa,
O ser humano só é belo aos olhos de quem os apreciam,
Beleza,
Estética beleza predominante nas paixões de hoje em dia.
Beleza,
Demasiada exteriorizada, onde o interior de cada ser humano é cada vez mais oculto,
É em demasia, o ver e o não observar,
O querer e o não desejar.
Nada é concreto aquando revemos somente a pele, o cabelo e a estrutura física
Do Homem.
A Terra gira só, sobre ingénuos passos pecadores,
Este é apenas mais um toque subtil de inocência crédula do pedaço de pessoas que existe em nós.
Nada é mais belo que o compreender o que não fala, o que não mexe, o que não se exprime momentaneamente,
O corpo é e será sempre mais um pouco de carne sobre nós,
A alma…
Simplesmente algo celestial que nós, cada vez mais, tendemos em esconder,
O medo da incompreensão espiritual de um ser mutuamente medroso alastra-se de segundo a segundo.
E a fraqueza faz de nós, seres mais feios e devastados.
Eu não quero ser bonito, porque olhas para mim e sentes atracção,
Eu quero ser belo porque alguém um dia sentirá toda a minha essência governada só e só dentro de mim, para mim e para quem a entender…
Neste momento, eu sinto-me, eu sou um rasgado ser demasiado feio…
Todos os olhares, reviram em mim, observam-me, como olhos desrespeitadores,
E até não olharem para mim pelo que sou no meu verdadeiro sentido ético-social,
Espírito-emocional, serei feio,
Feio com prazer.
Por vezes dou por mim a pensar em coisas que nem eu própria entendo,
Coisas maiores, que qualquer ser até hoje reconhecido pela ciência,
Até parece que vou enlouquecer,
As perguntas são tantas e as respostas tão poucas ou nenhumas.
Para muitos tudo parece óbvio,
Para mim…
Para mim a existência humana não pode ser apenas isto!
Mas se for…
Se for está tudo mal,
Uma vida a lutar para atingir os nossos objectivos,
Para quê?
De um momento para o outro tudo se vai como se de poeira se tratasse,
Para que tanta inveja, tanta ganância?
Hoje estou aqui, mas…
Mas e amanhã?
Não sei onde estarei amanhã ou o que serei.
Sinto-me tão pequena,
Tão frágil,
Eu sou pequena e frágil,
Eu sou,
Tu és,
Todos somos, mas nem todos o vemos,
Limitamo-nos a viver sob as regras de uma sociedade,
Como se fosse um jogo, onde cada ser é uma peça no seu respectivo lugar.
Para mim não faz sentido,
Para que serve esta vida material?
Faz sentido?
Um dia tudo acaba,
Tudo pelo que lutamos,
Tudo pelo qual sacrificamos afectos, sorrisos,
Tudo pelo qual sacrificamos o corpo e a alma,
Tudo isso pelo qual lutamos para que fosse nosso,
Mas será que não vêm?
Será que não entendem?
Nada,
Nada é realmente nosso.
Continuo a escrever e as palavras parecem não ter sentido,
Tento partilhar o que penso e sinto com alguém,
Mas não sou capaz de iluminar a minha mente para que vejam.
Poderia continuar a escrever,
Mas nunca iram entender,
O que somos nós afinal?
A resposta a esta pergunta é simples,
Nós, nós somos uns pobres ignorantes nesta matéria a que chamamos vida.
Eram precisamente 19:04 minutos quando recebi uma mensagem,
Conteúdo:
- Mano, queres ir hoje para a borga?
Estava cansado do trabalho, mas como os meus amigos estavam todos no sítio para onde me tinham convidado, respondi:
- Ok, na boa, vens me buscar a casa?
Fiquei sem resposta por parte no meu colega, porém, fiquei com a sensação que ele não me ia deixar na mão, pendurado…
Fui tomar banho,
Corpo sujo, suado e mole das 8 horas de empenho que tive nesse dia …
Exactamente quando ia para começar a jantar, oiço o tilintar da campainha da porta de minha casa,
O meu mano não me falha – pensei eu…
Acabei de jantar à pressa e fugimos literalmente dos nossos problemas para o festão habitual de sábado à noite num bar bem junto da praia…
Ao chegar ao bar, ao ouvir aquela música comercial que me entrava espírito dentro, deparei-me coma destruição em que estava toda a vida quotidiana.
Pensei para mim – hoje serei o rei do meu próprio castelo, terei o meu próprio trono,
Vou-me divertir como se hoje fosse o meu último dia de festa.
Os meus olhos brilhavam,
A felicidade de estar com toda aquela multidão amiga e conhecida levava-me à euforia,
Amigo traz amigo,
Copo vazio, chama copo cheio,
Com tanto amigo e outros tantos bandos de copos,
A cabeça começava a fazer-me impressão, sensação estranha, sentir a cabeça pesada parecendo que toda a adrenalina estára concentrada só naquele lugar.
Um dia vi um documentário que falava sobre o álcool e o sexo,
Algo que achei deveras estranho e errado, o álcool reproduzir a tornar mais sensível as hormonas sexuais.
Ridículo, eu bebo sempre (pensava eu) uma substância de álcool não bebo o juízo.
Contudo aquela noite foi de excessos,
A pequena pista de dança era praticamente só minha,
Já sei saber bem o que andava para ali a fazer, ainda conseguia ter a lucidez de que era observado por um role de mulheres, exactamente parecidas com o meu estado de espírito,
Ou estado de morto vivo,
O coração batia, batia cada vez mais, mas o sangue que levitava até ao meu crânio já não levava as substâncias exactas para que eu pudesse dizer que estava vivo.
Os meus colegas dizem que me envolvi, com a rapariga naquela noite e por volta das 6 da manha desapareci.
No dia a seguir quando acordei no meio da praia continuando, agora, na companhia dos meus colegas e amigos de sempre, perguntei:
- O que se passou comigo ontem a noite?
- Meteste-te a beber não paraste até desapareceres com uma fulana que ninguém de nós conhecia.
Fui para casa e deitei-me sobre a minha cama ainda desfeita de à dois dias atrás.
Pensei, pensei e nada me vinha à memoria do que tinha feito na noite transacta,
Não conseguia estar quieto, queria saber tudo, nunca me tinha acontecido aquilo,
Num gesto de desespero levo a mão à cabeça e mesmo quando ia para fechar os olhos reparo que tenho o nome de uma tal de Joana na mão e um número de telemóvel.
Liguei, ninguém atendeu, voltei a ligar e mais uma vez em vão.
Esperei…
Duas horas…
E pensando, três foi a conta que Deus fez, liguei novamente.
ATENDEU…
Finalmente…
Joana!!! És a Joana?
- Sim sou!
- Lembraste do rapaz de ontem à noite que esteve contigo e tu lhe deste o teu número de telemóvel?
- Sim lembro, o João? Certo?
- Sim esse mesmo, é próprio que está a falar…
Queria saber o que se passou em concreto connosco ontem a noite?
A Joana com uma naturalidade fora do normal diz:
- Sim João podes saber o que se passou, ambos bebemos uns copos, fomos para junto da praia e tu estava com uma conversa de treta, mesmo assim o que eu queria concretizei,
Fiz sexo contigo,
- Fizeste o quê? Sexo comigo? Usei preservativo?
Os próximos 5 segundos de silêncio da parte dela pareceram uma eternidade.
Der repente…
A voz dela mudou por completo e disse:
- Não, não usaste preservativo, nem eu queria.
Naquele momento fiquei sem força nas pernas e o meu coração disparou precocemente…
- Porquê? Querias ficar grávida? Porquê? Porquê comigo? O que querias ou queres de mim?
- Quero que sejas exactamente como eu para saberes o que é o verdadeiro sofrimento, se eu sou seropositiva tu também o serás, porque eu não merecia isto e também fiquei infectada…
…..
PPPIIIIIIIIIIII!
Chamada desligada.
Naquele momento o som da chamada a ser desligada permaneceu no meu corpo todo,
O Mundo caiu mesmo ali, todo em cima de mim,
Agachei-me, meti as mãos na cabeça e as lágrimas começaram a correr,
Tentei pensar positivo…
Mas não conseguia,
No dia a seguir fui logo, ainda de madrugada para o hospital, pedir para fazer análises,
Credenciais passadas e dois dias de espera só para as fazer mais uma semana de angustia sem saber o que diriam aquelas três folhas para o resto da minha vida.
Durante todos esses dias comecei a sentir-me mal, comecei com febre alta, dores musculares e articulares, gânglios, dor de garganta, vermelhidão no corpo e perda de peso,
Pensei que fosse do stress ou até mesmo uma gripe.
Nunca mais vinham a porra das análises.
Enquanto estava sentado na sala de espera, aquele cenário mais parecia um corredor da morte.
De repente, João Guilherme,
Fui a correr na ânsia de ouvir um não,
Porém a folha não estava imaculada,
Sou seropositivo,
Vivo na amargura mortificada, de um dia não ter sido mais um dos dias normais de sempre.
Ainda há duas semanas era chefe de secção numa das repartições de um banco.
Agora sou mais uma pessoa que pensava que ao se declarar seropositivo, iria ter ajuda de todos os meus amigos e familiares.
Isso era um sonho, sonho não realizado.
Como, bebo, onde quer que toque tudo e todos desinfectam,
Um vento mais forte, e a gripe bate à porta.
Hoje sou nada,
Amanhã serei ninguém.
Apenas mais um seropositivo…
Mais um descriminado seropositivo…
Se era ambicioso,
Agora a minha ambição é morrer.
Caminho sobre a estrada nua de solidão…
Noite escura,
Silenciosa,
Abandonada,
Apenas eu,
Eu e todos aqueles traços brancos que definem a estrada,
Noite calma, onde tudo me dava para poder envolver-me em pensamentos generalistas sobre a nossa tão desmagnetizada sociedade.
Caminho sem saber o sentido correcto para onde ir,
A minha preocupação é somente o derivar em perguntas pretendendo alcançar todas as respostas mais objectivas e concretas sobre maior parte do que nos rodeia,
Porquê?
Porquê?
Simultaneamente o meu já congestionado cérebro tilintava sempre com a mesma questão.
Porquê!
Porque será que maior parte dos indivíduos preocupam-se demasiado, em excesso,
No descontrolado, abusivo, consumo banalizado em acções fúteis,
Aquando a miséria continua espalhada pelas ruas dos bairros sociais, onde reina a descriminação, a revolta, e a dor.
Porque será que maior parte da comunidade continua a pensar em si só,
Quando nos jornais a palavra de ordem é a tragédia?
Ou melhor,
Porque será que o Homem continua a preocupar-se em se auto-destruir,
Quando deveria estar a procurar incansavelmente a resposta para a salvação mundial?
São estas e mais umas centenas de perguntas que me fazem caminhar todas as noites pensativo sobre o alcatrão frio deste tempo meio estranho.
Pensar, caminhar,
Divagar sobre a loucura dos meus pensamentos lúdicos,
Poderei não estar certo sobre e da maneira como penso,
Mas pelo menos não sou egoísta ao ponto de ficar no sofá sentado,
Usufruindo do meu bem-estar,
Fingindo que tudo está bem, quando há milhares de situações em que nos devemos focar.
Olho nos teus olhos,
E uma lágrima parece querer cair,
Tu, forte como pensas que és, esforçaste para a impedir,
Mas no fundo uma tristeza invade todo o teu ser,
Pensas estar sozinha,
E para alem dos teus também queres acartar com os problemas dos que te rodeiam,
Esticas a mão a quem quer que seja,
Não negas ajuda,
Deixas-te para segundo plano e não descansas enquanto não conseguires tirar um sorriso de felicidade daqueles que não consegues ver em baixo,
Agradecem-te e dizem que és bestial,
Ficas feliz por teres feito alguém feliz,
Mas a tua mágoa continua alojada no teu peito,
Aos olhos dos outros, és feliz,
Embora não seja essa a realidade,
Anseias por alguém que te olhe com atenção e nos teus olhos veja a tua alma a nu,
Que te diga “eu estou aqui, podes contar comigo sempre”,
Mas esse alguém parece nunca chegar,
E vais guardando para ti, e só para ti, tudo o que te desgasta por dentro,
Fazendo que pouco a pouco, desistas de um dia ser feliz,
A noite cai finalmente,
Regressas ao teu quarto, do qual, se pudesses, nunca sairias,
Deixas-te cair levemente sobre a cama,
E só, entre aquelas quatro paredes, choras,
Choras ate que os teus olhos se fechem e com a carícia das lágrimas adormeças.
Imagino-me a pairar sobre as nuvens macias da tão recém-chegada Primavera,
Sentir a brisa, meio quente, meio fresca.
Respiro fundo e inalo toda aquela brisa essencial à vida,
Brisa perfumada de pureza e vitalidade,
O sol começa-me a acompanhar durante os dias que cada vez são mais longos e belos
Dias esses que trazem consigo toda uma vontade de abraçar a natureza existente em meu redor,
Descalçar as botas e sentir a terra debaixo dos meus pés,
Assistir ao desabrochar das flores que após um duro inverno renascem novamente,
Dar as boas vindas as andorinhas, incansáveis, que vêm de tão longe,
Caminhar na areia da praia e mergulhar naquele vasto oceano,
Ouvir todas as historias que me conta de vidas que por ele passaram,
Esquecer todos os problemas da vida citadina,
Deitar-me sobre o prado,
E por momentos sentir-me livre,
Livre para poder voar até onde a vista alcança,
Envolvida no suave vento da estação,
Longe da terra,
Longe do céu,
Num lugar onde só vão aqueles que são capazes de sentir,
Sentir,
Sentir a Primavera.
Queria dar os meus parabéns à Raquel Vilaverde que completou este texto de forma excepcional.
Tu pensas ser especial
E lá bem no fundo tu és demasiado especial…
Eu consigo ver isso nos teus olhos,
Conquisto esse sentimento quando me ofuscas com o teu predominador olhar,
Quando me rodeias de ilusões, sonhos e ambições,
Tento drasticamente chegar perto dessa tua irreverência sobrenatural
Onde só tu mesma passas ao lado, completamente indiferente a todos as outras criaturas que coabitam neste mesmo nosso quotidiano habitual do universo.
Observo os céus nocturnos que alanceiam tudo o que em mim está envolto,
Maravilhado…
Fico maravilhado quando o vulto da tua alma sobe até junto das estrelas e mais uma lua nova todo o Mundo consegue observar.
Tento conquistar a tua autenticidade para pode-la guardar sempre e só para mim,
Tentativa, desditosa, malograda,
És demasiado única e especial para que eu, corpo de jovem, coração de mal amado e cabeça de apaixonado, nunca terei capacidades para te devolver a felicidade que à tanto perdeste.
Cada gesto, sinal, trejeito, momice em ti é único…
Foi único para mim,
Feliz ou infelizmente continua a ser excepcional cada imagem que guardo da tua maneira de ser junto do meu colo…
Se és especial e eu não, porque continuo frustradamente a desejar dominar o teu desejo de não me desejares???
Caminho pelas ruas cheias de claridade diurna,
Sou um mero espectador,
Um espectador banal desta enorme sociedade,
Olho em volta e logo me envolto de emoções,
Frustração, indignação e talvez, um escasso sentimento de rancor.
Sociedade esta, cheia de pensamentos maliciosos,
Egoísmo e consumismo são duas palavras idolatradas por maior parte destes seres mundiais,
São inúmeras as pessoas que passam por mim todos os dias na rua,
Nessa mesma rua que me desilude todos os dias da minha vida.
Dialectos…
Dialectos são as únicas esperanças que acarreto sobre os meus ombros
Com a tentação de conseguir mudar rumo, assim como a mentalidade ostracista, obstruída, até mesmo irrealista,
Todos os dias em que passo naquela estreita rua de Lisboa,
Caminho de cabeça baixa,
Não por falta de confiança em mim, não por medo do quer que seja,
Sim…
Pela vergonha que não quero ver no olhar de cada pessoa que faz questão de andar de cabeça erguida aquando deveria estar escondido no seu próprio e escondido casulo.
Enquanto, mais de um terço da população mundial passa fome,
Enquanto, em cada 1000 pessoas morrem100 a toda a hora e nascem outras tantas,
Enquanto, uns cobardes andam em guerras sem nexo, ou melhor, com o objectivo de alcançarem algo que, de todo, não é deles.
Andam outros tantos a desgastar os seus cérebro, minúsculos cérebros, a pensar onde deveram gastar o dinheiro que sabe-se lá como o ganharam,
Sem pensar no futuro…
Sem ponderar o futuro…
Neste momento, até podemos não ser nós que Deus doou a sua crença para desviar todos estes erros malignos para bem longe de nós, para os céus,
E para que todos aqueles seres ou não seres celestiais, desfaçam esta lixeira como se se trata se de uma mini nova e um dia possamos olhar para ela como a estrela mais brilhante, ofuscante sobre o nosso olhar envergonhado.
Nós encontrámos o mundo que descobrimos,
Inventamos e destruímos,
Remexemos onde nunca devíamos ter tocado.
Então e agora?
O que vai ser deste mundo pobre e podre.
O que vai ser do nosso futuro?
Do futuro dos nossos filhos e crianças em geral?
Nascemos, crescemos e começamos a tomar a consciência de que algo de catastrófico está para acontecer futuramente na Terra.
E porquê?
Devido à inteligência artificial de todo o ser humano que não sabe pensar!
Respiro fundo e guardo junto do meu peito
cada palavra por ti citada,
A magoa invade o meu corpo,
sempre que recordo o modo como te diriges à minha pessoa,
O ser humano por si só é injusto, egoísta e demasiado rebelde.
Porém...
Porém, nunca pensei que toda a essência engolida pela tua alma
Estivesse tão rígida, sólida, agarrada,
Semanticamente demasiada oculta,
Só porque tu queres,
Só assim encontras a tua auto-defesa.
Eu não sou minguem, nada,
Até não conseguir que abras o teu lindo coração,
Que libertes tudo o que guardas bem junto do teu peito a sete chaves
E que sejas finalmente a pessoa feliz que desejas ser,
Eu …
Não sou nada,
Enquanto sentir todo esse aperto emocional que te congestiona de certo modo.
A minha felicidade também se encontra apoplética enquanto souber, ver e sentir
Que tu não é feliz como sempre desejaste.
Olha-me nos olhos,
Vê...Consegues ver o meu olhar de lince?
Esse mesmo olhar que penetra no teu,
que tanto medo te trás.
É simples não é?
Verdadeiro?
É por isso que não suportas a minha presença perante ti.
É por isso que recusas em dar-me uma oportunidade,
É demasiado forte,este olhar comprometedor.
Para ti tudo é demasiado forte,
Demasiado perigoso,
Para ti é sempre mais fácil fugir,
Fingir que nunca houve um só,
Tudo é tão fácil assim...
Tão ERRADO assim...
Tu foges,eu corro contra o que te persegue,
Mas será que tu foges é de mim?
Ou foges de tudo o que te é especial?
Não,para,não adianta voltares as costas,
Fingir que nunca houve o Ontem...
O que está feito,
Já mais poderá ser desfeito.
Por muito que queiras.
Não fujas,fecha a mão,
e sempre que achares não ter coragem
Abre-a,deixa-me amarra-la
Fazer-te sentir segura,
Se mesmo assim TUDO for em vão...
Abre a mão novamente e deixa-me ir,
Porque afinal ,
Afinal ainda sou mais fraco que tu...
Hoje flutuo no ventre da minha mãe,
Ainda sou praticamente um ser irracional…
Passados alguns meses…
Já sou em bebe cheio de inocência e muita vontade de aprender,
Para mim, a vida resume-se a muita felicidade amor e carinho,
Basicamente tudo o que me foi dado desde que nasci.
Já ando, falo e consigo arrancar um sorriso praticamente a toda a gente.
A partir de amanha começo a ir à escola,
A minha mãe está radiante porque tem muito orgulho em mim e crê que vou ser uma pessoa deveras inteligente.
O meu caminho de aprendizagem, como disse a minha mãe, não começou agora que vou para a escola, mas sim desde que nasci,
Inicialmente, a escola não fazia grande sentido para mim,
Só queria brincar e arranjar amigos,
Mas fazia sempre tudo o que a professora mandava.
A caminha na vida continuou, assim como a aprendizagem,
Passei sempre de ano, nem sempre com as melhores notas, mas mesmo assim os meus pais davam-me todo o apoio e sempre que me sentia mais desiludido comigo próprio, eles acreditavam sempre nas minhas potencialidades.
Fui para a faculdade e tudo era tão estranho para mim,
A maneira de estudar de maior parte do pessoal que frequentava a escola há mais tempo,
A dificuldade era muito maior,
Mas haviam sempre algumas regalias e diversões,
Maior parte dos estudantes eram muito cómicos e gostavam muito de se divertir assim como eu.
Quando saiamos à noite as cervejas, copos de vodka, e macieira não podiam faltar, assim como era sempre imprescindíveis os nossos cânticos dos nossos cursos.
Acabei o curso, como uma pessoa normalíssima,
Por sorte ou por luta consegui trabalho assim que acabei o meu estágio,
Era bastante conhecido e admirado por maior parte dos meus colegas de trabalho,
Engraçado, primeiro emprego, primeiro beijo, primeira namorada, um casamento.
Confesso que a vida a dois é sempre um pouco mais complicada mas o amor fala sempre mais alto quando é verdadeiro.
Desse amor tivemos três filhos,
Eu e a minha esposa, Andreia, fizemos uma enorme lista de nomes sempre que mais uma criança estava prestes a chegar ao nosso lar.
Os nossos filhos eram tudo para nós, o Rui Pedro, a Mariana, e o João, tornaram as nossas vidas maravilhosas.
Três simples filhos, que nos fizeram lutar muito, mas muito pela vida para lhe darmos tudo o que eles mereciam, tudo o que nós não tivemos.
Cresceram tão rápido.
Eu e a minha mulher estávamos sempre com medo de os perder,
Então quando começaram a estudar quando começaram a sair de casa e a dar mais valor aos amigos e namoradas(o) mesmo que inconscientemente, começamos a sentirmo-nos cada vez mais sozinhos,
Mas a vida é mesmo assim, eu e a minha esposa também fizemos isso,
Os meus filhos casaram e minha esposa, passados três dias do casamento da Mariana morreu.
Faleceu com 56 anos e um cancro na mama quando ninguém esperava, todos diziam que a Andreia, minha esposa era uma mulher de forças e com uma saúde de ferro.
Agora sim, sinto-me completamente sozinho, vivo na minha casa e da minha falecida esposa
E não quero sair daqui.
Os meus filhos têm os seus trabalhos e filhos, pouco tempo têm para mim,
Compreendo, mas a solidão corrói a minha alma como acido sulfúrico corrói o que nele toca.
Comecei a ter problemas de saúde,
Descobri que aos 65 anos era diabético, sofria de uma arritmia cardíaca e um tumor na Próstata.
Os meus filhos sempre que podiam ajudavam-me em tudo o que conseguiam, iam comigo ao medico, sempre que tinham tempo vinham ver o pai, e os meus netos davam-me tanta alegria,
Ver aquelas crianças como eram os pais deles à quarenta anos atrás.
Os anos passavam e eu cada vez mais me sentia fraco, doente, com vontade de morrer.
Talvez tivesse sido por causa disso, de todo o sofrimento que me causava a ausência da minha esposa e de todos os meus familiares queridos que me fizeram ainda mais doente,
Até que um dia a ambulância teve de me vir buscar a casa.
Tinha desmaiado, quase vindo do nada,
O meu coração estava cada vez mais ferido, cada vez mais sensível desgastado,
Tive de levar um passmaker.
Voltei para casa e durante umas semanas os meus filhos estavam sempre a visitar-me todos os dias.
Depois, tudo voltou ao normal e a ausência da minha gente queria voltou a bater a porta.
A minha cabeça já não sabia bem o que fazia, nem no que pensava,
Comecei-me a sentir confuso e muitas das vezes já nem conseguia reconhecer os meus familiares queridos.
Sempre que isso acontecia e eles depois iam embora, chorava, chorava em silencio,
Não os queria incomodar nem muito menos, os assustar,
Com 75 anos, caí quando me estava a levantar da cama e parti o fémur, liguei a minha filha porque vivia mais perto de mim do que qualquer outro filho,
Voltei a visitar o Hospital e para além ter fracturado o fémur descobri também que sofria de Parkinson, passei dois anos acamado no hospital e as visitas dos meus familiares eram quase nulas.
Quando me deixaram sair daquele inferno com cheiro a água oxigenada e compressas, os meus filhos decidiram levar-me para as suas casas, um mês em cada casa de cada filho.
Naquele momento o brilho dos meus olhos fez-me sentir um jovem de 20 anos, mas a verdade é que já me pesavam os 77 anos de vida.
Na minha cabeça tudo era confusão, umas vezes conhecia os meus filhos e netos outras vezes não,
Umas vezes sabia onde estava outras, pensava que já tinha morrido.
Já não andava sozinho, quando ia a casa de banho eram os meus netos que me despiam e me ajudavam a sentar na sanita,
Ao jantar, eram inúmeros os comprimidos que tinha em cima da mesa, já nem forças tinha para levar uma ridícula colher à boca.
Já não era nada, por muito carinho e bons tratos que todos me dessem eu já não podia fazer nada, não conseguia fazer nada,
Quando precisava de tomar banho era uma das minhas noras que me dava o banho, tinha de estar sentado numa cadeira mesmo no meio da banheira.
De repente deu-me mais um ataque, que me levou novamente ao hospital, desta vez eram os meus pulmões que já não estavam a funcionar bem,
Tinha de levar oxigénio de duas em duas horas,
Deixei de andar…
A minha vida era estar na cama e sair dela em cadeira de rodas,
Sentia-me um monte de tralha, pois nada podia fazer e o peso do meu corpo cause morto dava trabalho para que eu pudesse fazer as minhas necessidades.
Sentia-me como um vegetal, vivo, mas sem movimento, e quando a minha fotossíntese começara a falhar, tinham de me por o oxigénio, para que permanecesse entre os vivos.
Eu já não era eu ser vivo, apesar do meu coração bater, as dores, a incapacidade de movimentação, o não conseguir falar, estive dez anos quase sem comunicar com ninguém,
A única coisa que conseguia ainda fazer sem qualquer dificuldade era chorar durante a noite e pensar a minha companheira durante uma vida inteira e pedir-lhe que ela me levasse para próximo dela novamente.
Eram 5 da manha e mais um ataque tinha suado no meu miserável corpo de um velho mais morto que vivo.
Aos 87 anos o hospital começou a ser a minha nova casa, o sofrimento aumentou, porque agora as pessoas que tratavam de mim, já ligado a inúmeras máquinas, não eram os meus filhos nem netos, eram pessoas completamente desconhecidas que para mim não tinham significado nenhum.
No dia em que fazia 88 anos toda a minha ausente família estava naquele quarto.
Eles olhavam para mim com uma cara de sofrimento,
Olhavam para mim e eu quase nem pestanejava,
Mas estava feliz, feliz por ter ali a minha mais que tudo, por conseguir juntar ali tudo o que mais importante era para mim.
Chegou a hora….
Respirei fundo…
Como de que um adeus se tratasse…
Fechei os olhos…
E as máquinas falaram por mim.
A minha família perdeu-se em lágrima e foi aí que percebi que era realmente importante para eles.
Senti a alma a levitar sobre o meu corpo.
E a voz ma minha mulher de sempre a chamar por mim.
Estava mais feliz que nunca, mais aliviado que nunca.
O meu sofrimento acabou mesmo agora,
E a felicidade recomeçou quando deu o meu último suspiro.
Sempre venerei o céu e agora que estou no meio da beleza dele e junto da beleza da minha alma gémea,
Só me resta ser um anjo da guarda,
O anjo da guarda de toda a minha família que sempre lutou para que eu não morresse muito mais cedo.
A mulher…
Não é um simples objecto,
Não é carne viva sem sofrimento,
A mulher…
Não é um saco de box aquando nós homens, muitos conhecidos por cruéis, nos sentimos frustrados, enraivecidos, desnorteados,
Não é uma boneca onde só nos serve para saciar a “fome” sexual,
Não é nenhum trapo, que se pode rasgar quando quiser, para o que quisermos,
A mulher não é o ser humano mais fraco,
Nem mais nem menos sensível…
A mulher…
É alma, espírito, amor, sentido na vida,
A mulher…
Não foi, durante séculos, nada,
Puro MACHISMO, cru e nu, rude e insensível,
Descriminação, maus tratos, escravidão,
Quando nada disso fazia sentido,
Quando agora tudo isso continua a acontecer, não tão fluentemente, porém continua a acontecer,
Não faz sentido…
Não faz sentido, a mulher ser tratada deste modo quando é a existência que nos falta nas nossas vidas de homens,
É o ser que contempla todo o vazio que o homem, dito por muitos celebres pragmáticos, normal, com sentimentos, necessita constantemente na sua vida,
A união entre estes dois seres…
A verdadeira união,
A união acima de tudo espiritual,
É o verdadeiro sentido da vida, é a derradeira missão de cada ser humano.
A vida vista de maneira bastante objectiva, é nascer, crescer, aprender, errar e voltar a errar, ser feliz e morrer.
Nunca, jamais o Homem será feliz se não tiver alguém que complemente o vazio sempre existente na nossas vidas,
Quer queiramos quer não, nunca seremos felizes sem uma mulher do nosso lado.
A mulher é imprescindível nas nossas vidas,
Assim como nós próprios somos imprescindíveis para as mulheres,
A mulher é tudo quando nós nada somos,
E quando atingimos o pico na nossa felicidade,
A mulher continua a ser tudo na nossa vida…
Valorizem a mulher,
Valorizem-se a sim próprios…
Tu que caminhas de costas voltadas para o futuro,
Que fechas os olhos e não pensas para onde vais
Não caminhes em vão, no mundo
Quem sabe que, se pela tua caminhada, encontrarás sinais.
Que te levem para onde nunca pensarias ir,
Que te levem para um sitio onde aprendas o que é o verdadeiro sentido de sorrir,
Tu que caminhas no escuro da claridade do universo
Tens de abrir os olhos e veres o inverso.
Do teu pensamento...
Não, não te preocupes só em sofrer,
Preocupa-te em pensar porque sofres,
Assim, vais ver a tua vida a crescer
E vais ter prazer por viveres.
Tu que caminhas á procura do amor,
Sê feliz, Caminha bem devagar se assim for preciso,
Esquece o mal, esquece a dor,
E não te deixes morrer pelo caminho sombrio que um dia encontras-te
O mar…
Aquele que nos faz viajar calmamente,
O barco,
O nosso transporte enquanto, no meio de tanta água continuamos a olhar para de onde partimos.
A Terra,
É essa que nos preocupa, que nos deixa pensar no que estamos ali a fazer.
É lá onde vivemos, onde queremos triunfar,
Mesmo assim, é aquele barco que nos dá o prazer de nos sentirmos demasiado calmos, enquanto observamos aquela beleza que predomina mesmo perante os nossos olhares,
Simples olhares radiantes, simples sentimentos reconfortantes.
Por si só aquela viagem sobre as ondas em que muitos não conseguem navegar,
Não é só um gesto de se querer cultivar, de se querer usufruir de algum prazer,
É a tentativa de encontrar um sítio onde sabemos que podemos relaxar,
Encontrar nuvens que nos puderam guiar até ao sítio onde sempre quisemos estar.
Sítio esse,
Que todos nós idealizamos,
Sítio esse,
Que por ele desesperamos,
Daí, a nossa ida até aquele recipiente de água salgada,
Pois, diz-se por aí, que o sal é um elemento purificador,
E é por isso, que, até ali nos dirigimos.
Queremos abundantemente purificar a nossa alma carregada de lixeira,
Lixeira Emocional.
Um dia tive medo de não saber o que é a vida no seu perfeito sentido,
Especialmente, quando em segundos senti que toda a razão de viver terminaria ali.
A notícia foi-me entregue de maneira derrumpante, destrutiva,
Naquele mesmo momento engoli em seco, respirei fundo e senti ser a pessoa mais forte do mundo.
Sabia exactamente o que deveria fazer, como fazer,
As forças que me tornaram um Homem naquela situação ainda hoje não sei onde as encontrei, mas, de facto, carreguei-as até a fim, até não precisar mais delas.
Depois de tudo ter passado, de todas as forças ter gasto, na esperança de que iriam ser cruciais para alguém em particular, senti o mundo desabar mesmo sobre a minha cabeça, o coração já não era o mesmo, batia de maneira estranha e insegura, a vontade de sair querer viver parou por ali.
Confesso que muitas vezes caminhei sozinho e dava por mim a olhar para o chão,
ao mesmo tempo interrogava-me sobre o que iria ser o meu futuro,
sensação estranha, olhar eu meu redor e sentir que a minha vida acabara em tempos próximos.
Mesmo capturando todas as imagens presentes onde me encontrava, sentia nada ver , ESCURO ,nada sentir.
As minhas pernas de dia para dia pareciam trémulas, qualquer parte do meu corpo era nada, era fraqueza.
O pior...
Dia após dia sentia raiva de permanecer no mesmo mundo onde já vi, senti saber a dor de ver uma pessoa especial a partir.
Não foi fácil,
Parecer ir morrer enquanto passeava calmamente.
O coração disparar igualzinho ao batimento cardíaco de um gato, se calhar até bem mais rápido.
Fui cobarde, cobarde ao ponto de toda a energia, toda a força que os seres celestiais me transmitiam deixar fugir.
Hoje Recordo todos esses momentos como uma lição, etapa da vida onde apesar de não ter sido nem bela, nem fácil arrecadei no meu bolso que trago mesmo junto do meu peito uma mão cheia de ensinamento, como tratar a vida, Como olhar para ela.
Agora, exactamente neste momento, não me sinto sozinho por muito só que esteja,
Pois hoje sei quem me doou toda aquela força essencial,
Sei exactamente de onde apareceu cada estrela cadente que rasgou o céu de um canto ao outro dos meus olhos afogados em choro em magoa...
Hoje sei exactamente como devo chamar àquela estrela sempre presente no céu escuro que me acompanha sempre para todo o lado.
Quem me tirou as forças nunca poderei dizer, simplesmente porque não sei quem ou o que foi,
Mas posso afirmar que quem me ajudou a me reencontrar que me restabeleceu a vida que sempre amei.
Foi a luz Brilhante vinda do céu, do qual se chama Nelson.
Varro o chão das minhas ruas,
Paralelas ao meu abrigo onde durmo simplesmente tapado por um bocado de cartão,
Deixo-as limpas em troca de um ou dois cigarros…
Sou velho de idade,
Velho de espírito.
Sinto-me a morrer cada vez mais,
As forças já não são o que eram há cerca de vinte anos atrás para combater todas aquelas noites gélidas do inverno, nem aqueles dias quase aterrorizadores de tanto calor,
A roupa…
Essa…
É a que trago vestida todos os dias dos meus últimos cinco anos de vida,
Foi precisamente há cinco anos que encontrei estas roupas no meio de uma lixeira.
Uns precisam, os outros, mandam-nas fora ainda com bastante utilidade.
A barba…
Já não é feita há dois anos,
Desde que morreu o barbeiro para quem eu varria o chão imundo de cabelos, pelos de barba e pó.
A minha imagem estára cada vez mais degradante,
Cada vez mais assustadora,
As unhas pretas de sujidade, ruídas de ansiedade.
Os dentes podres, amarelos secos, que já nem me lembro se alguma vez os lavei.
Eu…
Eu meto medo,
E as pessoas não são indiferentes a tal figura monstruosa.
Pergunto-me o porquê de ainda estar perante este mundo.
Logo encontro essa resposta,
Resposta demasiado óbvia…
Porque as ruas mantêm-se deveras sujas, para eu varrer…
Sou um pobre, velho vagabundo…
Sinto,
Num profundo olhar teu,
Uma gota de extravagancia e felicidade,
Caindo suavemente sobre um lago a transbordar,
De lembranças, tristes lembranças que te fazem ser sempre esse sorriso em pessoa,
Esse brilho no céu,
Essa simples manta morta onde a vida reina para ti mesma cada vez mais,
Porém, algo te corrói a alma…
Varias são as vezes que te “sentas no teu canto” e pensas,
O passado já era,
E dele só podemos e devemos retirar tudo o que de melhor seja para nós,
Continuas, mesmo com esse teu rasgado sorriso simples,
Com esse olhar descodificado, ou, simplesmente sincero,
A demonstrares alguma fraqueza emocional…
Retira do passado, todas a imagens que te continuam a congestionar no presente,
Guarda tudo onde sempre erras-te e todos os melhores momentos da tua vida,
Vive energicamente “O AGORA”, rememorando única e exclusivamente tudo o que recolheste para a tua aprendizagem e não te esqueças,
Apesar de coabitares nesse teu quotidiano habitual, vincado “NESTE MOMENTO” pensa sempre no teu futuro,
Abona na tua pessoa, principalmente em ti,
Mas nunca atribuas o “Feeling” de que as pessoas que te rodeiam
Pensam e agem da mesma forma que alguém já te fez chorar.
O brilho …
Esse já é presença assídua na tua pessoa,
Todavia, a sensação de vazio devasta-te nalgumas noites menos calmas,
Na tua tão apreciada cama de sono…
Quando os olhos se tornam pesados,
Quando o sono renasce através da escuridão das quatro paredes do teu quarto,
Quando sentes, inconscientemente, um sonho num tom de aparição,
São os pesadelos que te fazem desnortear,
O caminho da liberdade, volta-se a fechar,
E simplesmente não te sentes novamente confiante.
Confiante…
Para poderes confiar…
Quase no topo dos meus vinte e um anos...
Hoje é o primeiro dia da minha vida,
Volto a renascer...
Sentir o poder...
O poder de agir conscientemente.
Hoje, começo a gatinhar lentamente sobre o chão sujo do Inverno,
Amanha, espero já conseguir dar os meus primeiros passos,
Mesmo que eles sejam frágeis e lentos,
meio tortos envoltos de atormentos.
Sou uma criança...
Uma criança com medo de cair,
E ainda mal, comecei a percorrer cada espaço vazio da Terra.
Ainda nem mesmo sei qual é o meu espaço neste Mundo...
Hoje é o primeiro dia da minha vida,
Onde aprendo e reaprendo como falar,com quem falar e para quem falar,
Volto o meu olhar sobre a sociedade e não sei porquê,
Não me revejo em nenhuma pessoa que caminha abundantemente pelos recantos da cidade,
Será devido ao facto, de ter nascido ainda à pouco?
Ou será um sinal de autenticidade?
Autenticidade não é certamente...
Até porque todos nós temos um "Q" de autênticos,
Autênticos, seres amorosos,
Autênticos, melindrosos,
Autênticos, humanos maravilhosos,
Autênticos, cretinos Monstruosos,
Hoje volto, para reconstruir tudo o que em vinte e um anos deixei pelo caminho,
Principalmente, para voltar a dar ânimo à minha alma, que hà muito tempo deixou de flutuar dentro de mim,
Quero,
Anseio,
Esmagar cada partícula de medo, que ainda predomina em mim,
Torturar tudo aquilo que antes me impedia de ser livre,
Quero, afogar-me no ar mais puro de credibilidade, sinceridade
E mergulhar na felicidade, nadar nela, até me cansar de viver,
De velho ser.
Hoje sou uma criança...
Uma criança com vontade de crescer,
Com todo os poder para aprender,
Hoje sou uma criança...
Na esperança de ser homem sem dar pelo anos passar,
Ser marido, e a minha esposa sempre amar,
Hoje sou uma criança...
Porque o Mundo assim me faz sentir,
Demasiado imaturo...
Hoje é o primeiro dia da minha vida...
Fecho os olhos,
E Imagino como será o dia de amanhã,
O pressentimento de que tudo vai estar igual invade-me o corpo,
Procuro algo de que me possa redimir, que me faça avançar na vida onde me encontro estagnado.
O Mundo encontra-se estagnado, mas eu, simples carne viva,
Acredito que posso mudar, que o mundo pode mudar, não às minhas custas,
Mas sim pelo meu empenho...
Sei que cada um de nós pensa exactamente como eu, ou pelo menos maior parte.
É por isso que me sinto a levitar em fé quando sonhamos com o dia de amanhã,
A mudança pode começar durante aquele sono, onde perfuramos nossa alma enquanto relaxa Profundamente,
Enquanto o nosso ego flutua mesmo por cima do nosso corpo momentaneamente Morto.
Amanhã, tudo vai estar igual,
Porque sonhamos,
Não executamos.
Paro…
Fixo toda a esbelta imagem que predomina mesmo diante de mim,
A natureza, que me rasga o olhar tenro e humilde,
Que me liberta a alma sensata e deixa-me completamente leve.
Trata-se, simplesmente do que a força da natureza cria dentro de nós,
São os ventos serenos da primavera que nos batem na cara levemente,
Que nos fazem sentir liberdade,
É o calor do Verão que deixa os nossos corações excitados e os nossos corpos húmidos,
É tão belo, olhar em redor e poder respirar cada momento único que toda aquela
pulcritude de essência natura nos dá….
É o deitar na relva húmida do inicio do Outono a meio da tarde,
Olhar no céu, ver as nuvens flutuarem suavemente por cima de nós fazendo-nos acreditar
Que a nossa vida poderá ser mesmo assim fácil, tão menos vulnerável e bem mais
objectiva.
É o inverno a entrar retumbante e o frio a instalar-se no nosso quotidiano dramaticamente,
Ensinando-nos a nos defender sozinhos,
A correr contra o vento que empurra a chuva para que a probabilidade de que uma gota de água não caia mesmo na frecha do nosso casaco e se instale nas nossas costas quentes do calor acumulado pelas nossa mais quentes roupas.
Por fim…
Quando o Inverno começa a desaparecer lentamente,
Quando o sol começa a expulsar as nuvens negras e a radiar a Terra,
Aparece magistralmente vindo dos céus um esbelto arco-íris, fazendo com que nos sintamos magia, magia espiritual.
E quando cai a noite, as estrelas já se conseguem ver, parecem estar tão perto das nossas mãos,
Ficamos simplesmente estupefactos, estáticos, vendo e revendo toda aquela aparição celestial,
De repente…
É a feitiçaria de uma estrela candente que rasga o espelho sombrio apenas iluminado por pequenos pontos de luz,
Que acaba com a nossa ilusão ou até mesmo desilusão e nos faz crer que um dia seremos “aquilo” que tanto ambicionamos.
Esta é a verdadeira força da natureza.
Uma formiga, neste mundo de Gigantes, onde não basta apenas existir as árvores que se colocam no seu caminho, como também as terríveis ervas que teimam em crescer. Que enorme é a dificuldade em caminhar neste mundo cheio de degraus e obstáculos. A sorte da formiga é ser leve, ter seis patas e ter uma força descomunal. Quem diria que aquele bichinho tão pequeno consegue aguentar 50 vezes o seu peso. Para ela, este mundo de gigantes não é nada. Facilmente ela escala a erva ou a árvore, agarra o seu alimento sem a menor dificuldade e volta a casa.
Era excelente que o ser humano fosse como a formiga.
Talvez eu devesse ser uma formiga…
Gostava de ter uma força monumental para carregar com facilidade os fardos da vida. Correr ágil perante todos os obstáculos que me surgissem, subindo de forma incansável até ao topo do mundo e gritar: Venci! Andar pelo mundo fora sem ter que arrastar o corpo pesado por esse trilho. Ser incansável…
Mas que sou eu… Uma fraca formiga sem patas…
Nesta terra de Gigantes...
Andreia Batista
Não, eu não acredito no “ERRAR”
Num simples “ ERRAR”,
Mas sim no errar de tanto tentar não o fazer,
O medo constante de que isso não volte a acontecer, ou simplesmente, que nunca aconteça.
Deixa-nos, indivíduos cada vez mais veneráveis a tal pecado, muitas vezes fatal,
São demasiadas especulações envoltas da nossa própria consciência,
Alguns seres chamam ao “acto” “ERRAR”, imaturidade, desrespeito,
EU, jovem rapaz de ideias bastante objectivas, friso:
Errar é algo despropositado, algo que ninguém, ninguém o faz dramaticamente de propósito,
Conscientemente,
Daí a palavra “ERRAR”
Uma pessoa erra quando faz algo que não vai de encontro com as suas expectativas ou com as suas ideologias e as dos outros.
É aqui que entra a palavra SUBJECTIVIDADE,
Muitas das vezes o que NÓS fazemos os OUTROS discordam e chamam de ERRO,
Quando o erro é feito por quem nos aponta o dedo sem tentar perceber.
Perceber, o porquê de actuar de forma menos positiva,
O erro não é criado ou feito ou forçado,
É gerido porque quem tem a mente mais turba mais denegrida.
Ninguém erra porque quer,
Porém existem muitas pessoas a querer errar.
Maltratar psicologicamente e/ou fisicamente não é errar,
É ter no sangue a indignidade do MAL.
Essa é a derradeira diferença.
E para além disso…
ERRAR É HUMANO.
José Conceição